Questão da falta de preparo dos candidatos a cargo político no Brasil

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Resumo :

Este artigo visa debater sobre a falta de preparo dos candidatos a cargos políticos no Brasil, a desinformação, e possíveis soluções.


Introdução

A falta de preparo dos candidatos a cargos políticos no Brasil é uma questão que tem sido amplamente debatida, principalmente em contextos eleitorais recentes. Ao longo dos anos, o cenário político brasileiro tem revelado figuras que, embora populares e carismáticas, demonstram pouco conhecimento sobre as complexidades da administração pública, do processo legislativo e das questões sociais, econômicas e ambientais que afetam o país. Essa falta de preparo reflete-se em uma série de consequências negativas, que vão desde a má gestão dos recursos públicos até a implementação de políticas públicas ineficazes.


Contexto Histórico e Cultural

Historicamente, a política no Brasil sempre teve um componente elitista e, ao mesmo tempo, clientelista. Durante muito tempo, a entrada na política estava restrita a uma pequena elite que controlava o poder. No entanto, com a redemocratização do país e a ampliação do direito ao voto e à candidatura, houve um aumento significativo na diversidade de candidatos aos cargos eletivos. O Brasil começou a ver figuras dediferentes origens sociais e culturais ocupando cargos políticos, o que, em tese, seria positivo para a representatividade da população.

No entanto, essa democratização do acesso ao poder político trouxe à tona a falta de critérios claros para o preparo dos candidatos. Muitos candidatos, ao invés de se basearem em competências técnicas ou em um sólido entendimento das políticas públicas, se sustentam em sua popularidade, vínculos com figuras carismáticas, celebridade midiática ou estratégias populistas. Isso contribui para um cenário onde, em muitos casos, o carisma pessoal ou o apelo de "outsiders" da política ganha mais peso do que a qualificação.


Principais Consequências da Falta de Preparo

1. Decisões precipitadas ou mal-informadas

Políticos despreparados tendem a tomar decisões sem embasamento técnico ou conhecimento suficiente das consequências de suas ações. O processo legislativo é complexo, e decisões precipitadas ou mal-informadas podem resultar em leis mal elaboradas, que não conseguem enfrentar os desafios reais da sociedade. Além disso, a falta de preparo pode levar a uma gestão ineficiente dos recursos públicos, gerando desperdícios, corrupção e resultados insatisfatórios.

No campo econômico, por exemplo, decisões baseadas em populismo ou em falta de conhecimento técnico podem prejudicar o equilíbrio fiscal, aumentar a dívida pública ou implementar políticas que desestimulem o crescimento econômico. Além disso, a falta de preparo pode fazer com que certos candidatos sejam manipulados por grupos de interesse que visam benefícios próprios em detrimento do bem comum.

2. Incapacidade de Dialogar e Negociar

A política é, por natureza, o campo do diálogo e da negociação. Candidatos que chegam ao poder sem a capacidade ou o conhecimento necessários para negociar e construir consensos acabam intensificando a polarização e os conflitos políticos. Em um sistema democrático, onde diferentes forças políticas coexistem, a capacidade de dialogar e encontrar soluções compartilhadas é crucial para a governabilidade. Candidatos despreparados frequentemente adotam uma postura intransigente, agravando crises institucionais e dificultando a implementação de políticas eficazes.

No Brasil, onde o sistema político é fragmentado e depende de alianças e coalizões, a incapacidade de construir pontes entre diferentes grupos políticos pode paralisar o governo e impedir a aprovação de reformas fundamentais. Isso afeta diretamente a capacidade do Estado de responder às necessidades da população, como em áreas cruciais como educação, saúde, segurança e infraestrutura.

3. Falta de Visão de Longo Prazo

Políticos despreparados tendem a se concentrar em soluções de curto prazo que trazem resultados imediatos, muitas vezes visando sua reeleição, em vez de pensar em políticas de longo prazo que realmente beneficiem o país e resolvam problemas estruturais. Isso pode ser observado, por exemplo, em políticas econômicas que favorecem o consumo imediato, mas que não incentivam o investimento em setores estratégicos ou reformas que garantam o crescimento sustentável.

A ausência de uma visão de longo prazo também afeta setores como a educação e o meio ambiente, onde os resultados de políticas públicas só são percebidos ao longo de décadas. Candidatos despreparados muitas vezes não têm a compreensão necessária para lidar com essas questões e preferem adotar medidas paliativas que produzem impacto limitado.

4. Desvalorização do Conhecimento Técnico

A falta de preparo dos candidatos políticos reflete-se, muitas vezes, na desvalorização do conhecimento técnico e na substituição de especialistas por figuras políticas de confiança, mas sem qualificação. Isso resulta na nomeação de pessoas inadequadas para cargos estratégicos, o que compromete o bom funcionamento da máquina pública.

Essa tendência pode ser observada quando ministros ou secretários são nomeados não com base em suas competências e qualificações, mas devido a sua lealdade política ou relações pessoais com o chefe do Executivo. Em áreas como economia, educação, saúde e infraestrutura, essa prática pode ter consequências desastrosas, uma vez que essas áreas requerem conhecimentos especializados para lidar com os desafios complexos que apresentam.


Fatores que Contribuem para a Falta de Preparo

1. Falta de Exigência de Qualificação

No Brasil, não há requisitos formais de qualificação ou experiência para que alguém se candidate a um cargo eletivo. Isso significa que qualquer pessoa com idade mínima e que esteja em conformidade com as regras eleitorais pode concorrer a uma eleição, independentemente de sua formação ou experiência na administração pública.4

Essa ausência de critérios mínimos de qualificação é um dos principais fatores que contribuem para a falta de preparo dos candidatos. Diferentemente de outras profissões, onde é exigido um diploma ou uma certificação para o exercício da atividade, na política essa exigência não existe. Isso abre espaço para que pessoas despreparadas ocupem cargos de grande responsabilidade.

1.2. Requisitos gerais para se candidatar a cargos eletivos no Brasil

A Constituição Federal do Brasil de 1988 estabelece os requisitos para que alguém se candidate a um cargo eletivo no país, sem a exigência de qualificação formal ou experiência profissional. Em vez disso, ela define critérios de elegibilidade, os quais estão principalmente relacionados a aspectos como idade mínima, filiação partidária, nacionalidade, domicílio eleitoral e pleno exercício dos direitos políticos.

Requisitos gerais para se candidatar a cargos eletivos (artigos 14 e 37 da CF/88):

1. Nacionalidade brasileira: Apenas brasileiros natos ou naturalizados podem se candidatar.

2. Pleno exercício dos direitos políticos: O candidato deve estar em pleno gozo de seus direitos políticos, ou seja, não pode estar inelegível por sentença judicial transitada em julgado, condenação criminal ou outros impedimentos legais (como a Lei da Ficha Limpa).

3. Alistamento eleitoral: O candidato deve estar devidamente registrado como eleitor.

4. Filiação partidária: É obrigatório ser filiado a um partido político, visto que a Constituição veda candidaturas independentes (sem filiação partidária).

5. Idade mínima (art. 14, § 3º, VI):

35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador.

30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do DistritoFederal.

21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito eVice-Prefeito.

18 anos para Vereador.


Inelegibilidades e situações específicas

A Constituição também trata das inelegibilidades para proteger a moralidade e a probidade administrativa. Entre as principais causas estão a condenação em processos criminais e situações de nepotismo ou vínculos familiares com detentores de cargos executivos.

Além disso, a Lei Complementar 64/1990 e a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010) especificam inelegibilidades decorrentes de condenações por crimes graves, abuso de poder econômico ou político, entre outros.

2. Populismo e Carisma Pessoal

A popularidade e o carisma pessoal muitas vezes pesam mais do que a qualificação e o preparo técnico em campanhas eleitorais. Candidatos que conseguem se conectar emocionalmente com o eleitorado ou que adotam um discurso populista, prometendo soluções fáceis para problemas complexos, tendem a atrair mais votos, mesmo que careçam de conhecimento prático sobre a administração pública.

Essa dinâmica é potencializada pelas redes sociais, onde o discurso simples e emocional é amplificado, em detrimento de propostas mais complexas e tecnicamente embasadas.

O resultado é que candidatos com pouca ou nenhuma experiência política conseguem se eleger, impulsionados por estratégias de comunicação eficazes, mas sem a preparação necessária para lidar com os desafios do cargo.

2.1. Idolatria

Neste ponto, é necessário falarmos a respeito de um fenômeno que vem crescendo em termos mundiais. Com as redes sociais, também veio o aumento da idolatria. A idolatria é um fenômeno presente em toda a história da humanidade, refletindo uma necessidade intrínseca do ser humano de procurar referências que inspirem, guiem e motivem. Desde os tempos antigos, em que deuses e líderes eram venerados, até a era contemporânea, com a ascensão de celebridades e influenciadores digitais, a admiração por ídolos permeia diversas culturas e sociedades. Mas por que essa necessidade de seguir ídolos é tão pronunciada? Como isso pode afetar o discernimento do eleitor?

Tendo suas raízes na própria essência da condição humana, a idolatria pode ser definida como um desejo de adoração e admiração a figuras que personificam valores, talentos ou características que os admiradores aspire a possuir. Os ídolos podem ser celebridades, líderes políticos, atletas ou qualquer pessoa que represente um ideal. A diferença entre ídolos e heróis é sutil, mas importante; heróis são frequentemente associados a realizações notáveis e atos de bravura, enquanto ídolos representam um modelo de vida, muitas vezes mais ligado à cultura pop e à fama.

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A idolatria não é um fenômeno novo. Desde as civilizações antigas, com a adoração a deuses e figuras de autoridade, até os dias atuais, onde as redes sociais catapultam indivíduos à fama, a busca por ídolos é uma constante. Essas figuras muitas vezes oferecem um senso de propósito e significado em um mundo frequentemente caótico.

Na era digital, as redes sociais transformaram o panorama da idolatria. Antes restrita a figuras públicas em uma escala mais limitada, a idolatria agora se expande para qualquer pessoa que possa capturar a atenção de um público online. A cultura da celebridade se intensifica, e a fama se torna acessível a indivíduos comuns que conseguem se destacar em plataformas como Instagram e TikTok.

A idolatria na política tem sido um fenômeno cada vez mais evidente em diferentes partes do mundo, agravado pela ascensão das redes sociais. Esse tipo de comportamento envolve a veneração excessiva e a defesa incondicional de figuras políticas, muitas vezes ignorando seus defeitos ou falhas. Esse fenômeno pode ter consequências profundas e negativas para a democracia, o debate público e a sociedade como um todo.

Idolatria, no sentido religioso, refere-se à adoração de ídolos ou figuras sagradas. Na política, esse conceito é aplicado de forma semelhante quando cidadãos colocam um político ou líder no status de “salvador”, atribuindo a ele uma capacidade quase divina de resolver problemas complexos. Esse tipo de adoração vai além do apoio ideológico; trata-se de uma identificação emocional e irracional com o líder, o que torna a pessoa cega às críticas e falhas.

Quando uma figura política é idolatrada, os apoiadores tendem a rejeitar qualquer tipo de crítica, considerando-a um ataque pessoal ou uma ameaça ao "movimento" ou ao "projeto" que o líder representa. Esse tipo de comportamento promove a polarização, onde a sociedade se divide em grupos rivais que não dialogam. O debate político saudável, que é essencial para o progresso de uma democracia, dá lugar a um confronto de paixões, no qual a razão e os argumentos racionais são deixados de lado.

Essa polarização pode levar à extinção do diálogo democrático, onde as soluções para os problemas do país não são discutidas com base em fatos e evidências, mas sim em narrativas construídas em torno da figura do líder. A ausência de diálogo impede o consenso e dificulta a construção de políticas públicas eficazes e duradouras.

A idolatria política também pode resultar em uma cegueira moral e ética, na qual os apoiadores de um político passam a ignorar ou minimizar comportamentos antiéticos ou ilegais de seu líder. Escândalos de corrupção, autoritarismo ou abuso de poder são muitas vezes justificados ou desconsiderados pelos seguidores devotos. Esse comportamento enfraquece as instituições democráticas, uma vez que a impunidade de líderes idolatrados compromete a fiscalização do poder.

Na história, há exemplos de líderes idolatrados que, ao acumular poder e não serem questionados por seus seguidores, promoveram regimes autoritários e até ditaduras. Adolf Hitler, na Alemanha nazista, e Benito Mussolini, na Itália fascista, são exemplos de figuras políticas que alcançaram o poder com o apoio de uma massa que os idolatrava cegamente, resultando em tragédias humanas e sociais.

Outro risco da idolatria política é a despersonalização da política. Quando os eleitores veem seu líder como um salvador ou uma figura messiânica, eles deixam de participar ativamente no processo político, delegando todas as decisões ao "grande líder". Esse comportamento enfraquece o papel do cidadão na democracia, já que a participação ativa da população, por meio do voto, da pressão popular e da fiscalização do governo, é fundamental para o bom funcionamento das instituições.

A despersonalização também afeta os partidos políticos e o sistema representativo. Em vez de votar em ideias, programas ou propostas concretas, os eleitores votam "na pessoa", ignorando os debates mais amplos sobre o que é melhor para o país. Isso prejudica a diversidade de opiniões e o desenvolvimento de políticas públicas equilibradas.

Com o advento das redes sociais, a idolatria política ganhou novas dimensões e se tornou mais intensa. Plataformas como Facebook, Instagram e TikTok facilitam a disseminação rápida de informações (e desinformações), criando bolhas de pensamento e reforçando visões unilaterais sobre líderes e partidos.8

As redes sociais operam em algoritmos que priorizam o conteúdo com o qual o usuário já interage, criando bolhas de pensamento em que as pessoas são expostas apenas a informações que confirmam suas crenças preexistentes. Isso alimenta a idolatria política, pois os seguidores de um líder são bombardeados constantemente com mensagens que exaltam suas virtudes e silenciam suas falhas. Em consequência, as redes sociais acabam fortalecendo as visões polarizadas e radicais, promovendo a idolatria política.

Essas bolhas ideológicas dificultam a exposição a opiniões diferentes, o que é essencial para um debate democrático. Os cidadãos ficam presos em círculos de pensamento homogêneo, o que fortalece ainda mais a crença de que o seu líder é infalível e que qualquer crítica a ele é injusta ou fruto de uma conspiração.

Um dos efeitos mais nocivos das redes sociais na idolatria política é a propagação de fake news. Informações falsas sobre rivais políticos ou fatos distorcidos sobre o líder idolatrado são compartilhados em massa, criando uma falsa percepção da realidade.

Notícias negativas sobre o líder são desacreditadas como "mentiras da mídia", e os apoiadores reforçam a crença de que há uma campanha de perseguição contra ele.

As fake news também desempenham um papel na construção de narrativas que endeusam o político idolatrado, fazendo parecer que ele é o único capaz de salvar a nação. Esse tipo de discurso, muitas vezes inflamado, reforça a lealdade cega dos seguidores e afasta o debate racional.

As redes sociais permitem que líderes políticos se conectem diretamente com seus seguidores, sem a mediação da imprensa tradicional ou de críticos. Isso dá margem para que eles criem uma imagem cuidadosamente construída de si mesmos, muitas vezes baseada em uma narrativa heroica e salvadora. A comunicação direta, aliada ao uso estratégico de vídeos, fotos e memes, fortalece a idolatria política, pois os líderes se apresentam de forma carismática e acessível.

No entanto, essa personalização do discurso político pode ser perigosa, pois muitas vezes esconde a complexidade dos problemas que o país enfrenta. A política se torna um espetáculo, no qual o líder é o protagonista, e os cidadãos são apenas espectadores que aplaudem ou vaiam, sem participar ativamente do processo.

A idolatria política representa uma ameaça séria às democracias modernas. Quando os eleitores colocam líderes políticos em pedestais, as instituições democráticas, que deveriam funcionar como contrapesos ao poder, ficam enfraquecidas. Além disso, a polarização gerada pela idolatria dificulta a governabilidade, pois impede a construção de consensos entre diferentes grupos políticos.

As redes sociais, ao amplificarem o culto à personalidade e promoverem bolhas ideológicas, intensificam esses problemas. A democracia depende da pluralidade de ideias, do debate informado e do respeito pelas instituições. Quando esses valores são corroídos pela idolatria, o resultado pode ser o surgimento de regimes autoritários, populistas ou antidemocráticos.

É fundamental que os cidadãos mantenham uma postura crítica em relação aos líderes políticos e se lembrem de que, em uma democracia saudável, o poder deve ser sempre fiscalizado e contestado. Somente assim será possível evitar os riscos da idolatria política e garantir um futuro democrático e plural.

3. Baixa Valorização da Educação Política

A falta de uma cultura de educação política na sociedade brasileira também contribui para a eleição de candidatos despreparados. A população, de modo geral, não é educada para entender o funcionamento do sistema político, a importância das instituições e as atribuições de cada cargo eletivo. Isso faz com que muitos eleitores votem sem considerar a competência dos candidatos, priorizando outros fatores, como afinidade pessoal, crenças religiosas ou ideológicas.

Além disso, a ausência de debates mais aprofundados sobre políticas públicas e a falta de fiscalização rigorosa sobre os políticos eleitos agravam o problema. Candidatos despreparados acabam sendo eleitos por um eleitorado que não tem acesso ou não valoriza informações críticas sobre suas qualificações.

Sobre a autora
Maria de Lourdes Costa e Silva de Almeira

Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH)

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pelos autores. Sua divulgação não depende de prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados na Revista Jus Navigandi

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